segunda-feira, 23 de julho de 2007

Nova dupla mineira é campeã em Cuenca

O tênis mineiro está mesmo de vento em popa. Ainda mais em duplas. Neste sábado, a parceria formada por Bruno Soares e Márcio Torres ganhou o challenger de Cuenca, disputado sobre saibro, ao ganhar do norte-americano Eric Núñez e do argentino Brian Dabul, por duríssimos 7/6 (8/6), 3/6 e 11/9.

O público presente ao Club de Cuenca viu uma partida cheia de bons lances e marcada pelo equilíbrio. Para Soares, que volta às competições depois de longa parada por contusão, foi a volta por cima. Na primeira edição do torneio, ele e Marcelo Melo perderam na final.

A dupla brasileira não estava entre as quatro favoritas ao título e tiveram uma vitória fundamental nas semifinais, quando tiraram os cabeças 2, os argentinos Diego Alvarez e Leonardo Mayer, por duplo 6/4.
O mesmo Mayer será o adversário do paulista Thomaz Bellucci na final de simples deste domingo.

Bruno está apenas no 843º lugar do ranking de duplas, mas já foi o 109º da mesma lista em outubro de 2004. Este é apenas o segundo torneio que disputa desde abril do ano passado. Torres, por seu lado, figura na melhor classificação de sua carreira, o 230º posto, e pode aparecer entre os top 200 na segunda-feira.

Sá e Mello lutam por vaga na chave principal nos EUA

O mineiro André Sá tentará vingar o parceiro Marcelo Melo na última rodada do qualifying de Indianápolis, quando entrar em quadra para enfrentar o japonês Ken Nishkori. O primeiro bateu o local Ryan Haviland por 6/4, 3/6, 1/0 e desistência. Já o oriental aplicou 7/6 (7/5) e 6/3 contra o gigante brasileiro.

Quem também está perto da chave principal é Ricardo Mello. O canhoto perdeu apenas dois pontos no saque e precisou de apenas 37 minutos para derrotar Joe Epkey: 6/0 e 6/1. Seu adversário será o australiano Nathan Thompson.

Caso vençam, seus possíveis adversários são o russo Igor Kunitsyn, o alemão Benjamin Becker, o francês Gael Monfils ou outro que passou pelo classificatório. Assim, podem se encontrar logo na estréia.

Na semana passada, Mello furou o quali de Los Angeles e perdeu na segunda rodada para o alemão Michael Berrer. Sá esteve no Brasil, descansando após a campanha em Wimbledon, quando ele e Melo foram às semifinais.

Em 2006, o Brasil teve dois representantes na chave principal. O campineiro, que chegou à segunda rodada, mas caiu diante do norte-americano Vincent Spadea na segunda rodada por 6/3 e 6/1. E Thiago Alves também falhou em passar para as oitavas-de-final. Seu algoz foi o francês Nicolas Mahut, 10º cabeça-de-chave, por 6/4, 3/6 e 6/3.

Bellucci não supera Mayer e fica com o vice em Cuenca

Ainda não foi desta vez que Thomaz Bellucci conseguiu o título do primeiro challenger da carreira. Depois de ficar com o vice em Bogotá, o canhoto repetiu o resultado neste domingo. Em Cuenca, foi superado pelo sólido jogo do argentino Leonardo Mayer, cabeça 1, por 6/3 e 6/2.

Mesmo com a derrota, o brasileiro tem motivos para comemorar. No ranking passado da ATP, saltou 113 posições e chegou ao 330ª colação. Nesta segunda-feira, entrará para o grupo dos 300 melhores do mundo. Façanha inédita para o jovem de apenas 19 anos.

Neste domingo, Bellucci sentiu o cansaço pelo alto número de partidas realizadas nestas duas semanas. Começou perdendo o primeiro set por 5/1, conseguiu diminuir a diferença, mas não obteve a virada. No intervalo, foi atendido pelo médico. O brasileiro reclamava de dores no ombro e braço esquerdo. Nas quartas, ele também havia recebido tratamento. E no sábado, teve um jogo complicado que durou quase três horas.

A contusão refletiu diretamente no desempenho do paulista. Teve o saque quebrado duas vezes na segunda parcial, no terceiro e quinto game, sempre cometendo dupla-falta no break-point. O próprio narrador equatoriano comentou que Bellucci estava "irreconhecível". O argentino agradeceu as gentilezas e conquistou o primeiro título em challenger na temporada.

Em 2007, Mayer venceu quatro dos seis jogos que realizou contra brasileiros. Derrotou o gaúcho André Ghem duas vezes, perdeu um jogo para Flávio Saretta e ganhou outro, além de ter sido superado por Caio Zampieri.

O próximo de compromisso de Bellucci será no challenger de Belo Horizonte, que começa em 30 de julho. No momento, teria de disputar o qualifying, pois a lista foi feita há algumas semanas, quando era o 443 na ATP. Assim, precisa de apenas quatro desistências para entrar diretamente na chave principal. Ou pode contar com a ajuda dos organizadores e receber um convite.

Chileno é principal favorito no Pan

O chileno Adrián García é a principal ameaça aos brasileiros que lutarão por medalha na chave de simples do torneio de tênis, nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro. Número 126 do mundo, ele será o cabeça-de-chave número 1 do evento. A lista de competidores foi divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT).

Os brasileiros Thiago Alves (136º), Flávio Saretta (137º) e Marcos Daniel (190º), são os cabeças-de-chave número 2, 3 e 4, respectivamente. Nenhum dos três enfrentou García no Circuito Mundial.

Como esperado, o Pan não terá os principais nomes da modalidade no continente. Estados Unidos, Chile e Argentina, países com tenistas no top 10, não enviarão seus principais representantes. Horazio Zeballos, número 218 do mundo, é o principal nome argentino no evento. Entre seus compatriotas, ele é apenas o 17º mais bem ranqueado na lista da ATP.

Todd Paul, número 975 do mundo aos 21 anos, é o tenista mais bem ranqueado dos Estados Unidos no Pan. Na lista da ATP, há 90 americanos na frente dele.

Nadal é campeão em Stuttgart


O espanhol Rafael Nadal conquistou, neste domingo, o ATP de Stuttgart, pela segunda vez na carreira, ao superar na final o suíço Stanislas Wawrinka por 6/4 e 7/5, em 2h08m de partida.

Nadal teve problemas para repetir a conquista de 2005 no saibro alemão, pois o suíço - 50º do mundo - teve vantagem de 3 a 1 no primeiro set e de 4 a 2 no segundo. Mas, mesmo com uma lesão no tendão patelar da perna direita, o espanhol conseguiu a virada duas vezes, impedindo qualquer reação do adversário.

Com este título, o sexto da temporada (Indian Wells, Monte Carlo, Roma, Barcelona e Roland Garros), Nadal chega a 23 conquistas na carreira. Foi a 16ª final consecutiva do jogador no saibro, desde abril de 2005, com apenas uma derrota, para Roger Federer em Hamburgo, acabando com uma série de 81 jogos invicto.

Este ano, Nadal já tem 56 vitórias e apenas oito derrotas (31 e 1 no saibro). Nesta segunda, ele chega à 105ª semana consecutiva como segundo colocado do Ranking de Entradas.

Brasil leva o bronze nas duplas

As brasileiras Joana Cortez e Teliana Pereira derrotaram as americanas Audra Cohen e Megan Falcon por 2 sets a 0 e conquistaram a medalha de bronze na chave de duplas dos Jogos Pan-Americanos. Mesmo sem lotar as arquibancadas do clube Marapendi, a torcida vez bonito e ajudou as tenistas a vencerem por 7/5 e 6/0.

O ouro ficou com as argentinas Betina Jozami e Jorgelina Cravero, que derrotaram as colombianas Mariana Duque e Karin Castiblanco por 6/2 e 6/4.

O primeiro set começou equilibrado e continuou assim até o terceiro game, quando as americanas quebraram o serviço das brasileiras. O saque e o voleio eram os principais problemas de Joana e Teliana, que voltaram a cometer erros bobos, facilitando a vida das rivais. No entanto, o apoio da torcida e a vontade de vencer falaram mais alto e as duas devolveram a quebra no nono e no 11° games, garantindo a vitória na primeira parcial.

A partir daí, Audra e Megan não tiveram chances no jogo. Empurradas pela torcida, as brasileiras deram um banho nas americanas. A tristeza pela derrota na semifinal ficou para trás e Joana e Teliana fizeram a festa, com direito a um 'pneu' (6 a 0)sobre as adversárias.

Muito emocionadas, as duas desfilaram com a bandeira brasileira pela quadra e garantiram: o bronze conquistado teve sabor de medalha dourada.

- Essa medalha de bronze é uma grande vitória. Foi importante trazer a medalha para o Brasil – comemora Joana.

Fãs criticam organização do tênis


O acesso complicado e o limite de movimentação no Clube Marapendi, sede do tênis nos Jogos Pan-Americanos, foram apenas algumas das reclamações dos poucos torcedores que foram ao local para acompanhar a primeira rodada do torneio feminino.

Acostumados a acompanhar eventos da modalidade como a Copa Davis, o professor de tênis Tomas Roth e sua mulher, Jandira Mota, logo de cara esbarraram com uma dificuldade. Estacionaram o carro no shopping em frente ao clube e, na portaria, descobriram que os torcedores só podiam entrar pelo acesso lateral do Marapendi.

A caminhada extra de cerca de 150 metros não seria problema para um casal jovem, a não ser por um detalhe: a rua lateral não possui calçada e os muitos torcedores que entraram por ali tiveram de andar perto dos carros que trafegavam pela via.

Dentro do clube, Tomas e Jandira foram informados de outra limitação. Não poderiam deixar o local. Uma vez fora, não poderiam retornar para assistir ao resto dos jogos.
- Na Copa Davis, você recebe uma pulseira e entra e sai quantas vezes quiser. Aqui, têm medo de que você vá vender o ingresso ou passar uma pulseira para outra pessoa - reclama Jandira.



- Essa proibição pode funcionar em jogos de vôlei ou basquete, que levam 2h. No tênis, você chega no clube às 10h e só sai às 18h. Ninguém merece ficar oito horas dentro do clube sendo obrigado a comer sanduíche - aponta o advogado Jairo Leal, tenista amador, também insatisfeito com a organização do evento.

Outra queixa popular nesta quarta-feira foi relacionada à falta de conhecimento dos voluntários. Muitos não sabem como funciona um torneio ou mesmo uma simples partida de tênis.

- Toda hora eles ficavam andando atrás da quadra durante os pontos. Parece que sorteiam os voluntários, sem saber se eles conhecem tênis - ressalta Jandira.

Brasileiros são cabeças-de-chave no Pan

Sem as principais estrelas de Argentina (Guillermo Cañas, Juan Ignacio Chela, David Nalbandian e outros dez top 100) e Chile (Fernando González e Nicolás Massú), os brasileiros entram como os principais pré-qualificados na chave de simples do Pan.

Flávio Saretta é o cabeça-de-chave número 1, enquanto Thiago Alves é o terceiro favorito e Marcos Daniel, o quarto. Como favoritos, os três só entrarão em quadra nesta terça-feira, na segunda rodada da competição. Saretta enfrentará o vencedor do confronto entre os desconhecidos Dominic Pacon, da Jamaica, e Sebastien Vidal, da Guatemala. Alves espera o jogo entre Cristian Paiz Astúrias, da Guatemala, e Michael Date, de Barbados. Marcos Daniel estreará contra José Fernandes, da República Dominicana, ou Rasid Winclair, das Antilhas Holandesas.

Marcos Daniel: 'aqui não tem Ronaldinho'


O Brasil não tem mais um jogador de quem se possa esperar resultados fantásticos no Circuito Mundial. É fazendo essa dura constatação que o gaúcho Marcos Daniel, número 183 do mundo, encara, a partir desta segunda-feira, os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

- Nós temos isso aqui. Se não der, não deu. Guga, nessa minha geração, pode esquecer, não tem. Se tivesse alguém muito bom, já estaria lá na frente. O pessoal gosta de fazer Ronaldinhos, mas não tem. Depois do Fino (Fernando Meligeni), que foi um cara extremamente competente, e do Guga, acabou.

De fato, desde que Gustavo Kuerten começou a sofrer com a lesão no quadril, vieram apenas dois títulos de ATP: um de simples (Ricardo Mello em Delray Beach/2004) e outro de duplas (André Sá/Marcelo Mello em Estoril/2007). O número 1 do país hoje é Flávio Saretta, apenas o 139º do ranking mundial. O outro representante do Brasil no Pan é Thiago Alves, 144º.
Por isso, adversários como o chileno Adrián García (141º), o peruano Ivan Miranda (231º) o mexicano Santiago González (426º) e os argentinos Horacio Zeballos (212º) e Eduardo Schwank (240º) têm tanta chance de chegar à medalha de ouro quanto os brasileiros.

A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) optou por não seguir o ranking mundial e convocar os três tenistas do Pan por índice técnico. O mesmo critério que deixou Marcos Daniel, ex-número 1 do Brasil, fora de duelos da Davis, enfim serviu para o beneficiar. Atual quarto tenista mais bem ranqueado do país, ele entra no lugar que seria do paulista Ricardo Mello, à sua frente na lista da ATP.

- O Chico (Costa, chefe da comissão técnica masculina brasileira) foi bem claro quando assumiu. Não tem ranking. Todo mundo teve as mesmas condições. Eu joguei menos que o pessoal todo e fiz umas três ou quartas-de-final (em Challengers) e passei o quali em Roland Garros. Não é uma Brastemp, mas é o que tem. Consegui bons resultados comparado com os demais. Ganhei de uns cinco ou seis top 100 este ano - comemora o gaúcho.
A opção por Marcos Daniel recebeu críticas por parte de Ricardo Mello. O número 3 do país disse não entender os critérios que o deixaram fora do Pan. O gaúcho se defende, lembrando de edições anteriores da Copa Davis.

- Quando eu era o número 1 (do Brasil) e os outros eram 140 (do mundo), ninguém falava nada quando eu ficava fora da Davis. Tive de engolir sapo e ficar quieto. Agora, quando o pessoal está na frente, quer que seja por ranking. O pessoal não vê determinadas coisas - rebate.

Em fevereiro de 2006, quando o Brasil enfrentou o Peru, Daniel era o segundo mais bem ranqueado do país, mas não foi chamado para o confronto. Dois meses depois, contra o Peru, o gaúcho foi enfim chamado, mas só atuou nas duplas. Para as simples, o então capitão Fernando Meligeni escalou Flávio Saretta (número 1) e Ricardo Mello (número 4). Em setembro do mesmo ano, na repescagem do Grupo Mundial, Daniel foi novamente preterido e ficou fora do grupo. Mello, novamente o número 4 do Brasil, e Flávio Saretta entraram em quadra para as simples.