segunda-feira, 30 de julho de 2007

Colombianos no caminho de Saretta e Thiago no BH Open


Os colombianos serão os adversários de Flávio Saretta e Thiago Alves, os dois principais favoritos, na rodada de abertura do BH Open International Cup, torneio da categoria challenger que distribuirá US$ 25 mil a partir de segunda-feira.

Favorito ao título, Saretta encara Michael Quintero e não deve ter dificudlades para atingir as semifinais, já que pod encarar em seguida o chileno Jorge Aguilar e o argentino Brian Dabul, cabeça 5. Atravessando o pior momento de sua carreira, Thiago tem dois problemas: defender os 50 pontos pela conquista do BH Open do ano passado e o bom jogo de Carlos Salamanca, campeão de Bogotá há duas semanas. Se vencer, tem boas chances no eventual duelo contra o peruano Ivan Miranda, cabeça 8, nas quartas.

O cabeça 3 do torneio é o argentino Horacio Zeballos, que foi sorteado na parte inferior da chave. O gaúcho André Ghem, cabeça 4, estréia contra o convidado Caio Burjaili e pode encarar Lucas Engel ou o uruguai Marcel Felder na segunda rodada. O cabeça 7 é o francês Nicolas Tourte.

Entre os outros brasileiros que conseguiram vaga diretamente para a chave, Caio Zampieri enfrenta Tiago Lopes; Ricardo Hocevar joga contra Bruno Soares; e Gabriel Dias pega o colombiano Juan Sebastian Cabal. Entraram como convidados Lopes, Burjaili, Soares e Dias. As últimas quatro vagas serão definidas através do qualificatório.

Julinho sobe 22 posições. Mello despenca mesmo com vitória.

O ranking de entradas divulgado nesta segunda-feira pela Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) trouxe más notícias para os tenistas brasileiros, com exceção de Júlio Silva. Após outra boa campanha em challenger europeu, o paulista garantiu avanço de 22 posições e apareceu na 165ª, próximo da melhor da carreira, o 155º de novembro de 2005.

Julinho conquistou neste domingo o vice-campeonato em Poznan, torneio com premiação de US$ 100 mil ao cair na final diante do experiente holandês Raemon Sluiter. No entanto, mostrou que 2007 já é um de seus melhores anos ao garantir o segundo vice em torneio forte. Antes, havia repetido a campanha em Zagreb.

Ainda entre suas boas campanhas figuram a semifinal em Ostrava e as quartas em Karslhue, todos no mês de maio. Após a grande seqüência, que ainda incluiu duas vitórias no quali de Roland Garros, parou para descansar e recarregar baterias, voltou à Europa e na segunda participação foi à decisão na Polônia. O tenista de 28 anos já acumula avanço de 63 posições desde o início do ano.

Já outros representantes do país tiveram quedas, com destaque negativo para Ricardo Mello, que caiu 22 postos e passou a figurar no 171º. O paulista chegou a passar o qualifying, venceu uma rodada em Indianápolis e somou 20 pontos, mas perdeu outros 40 pontos referentes ao título do challenger de Campos do Jordão do ano passado.

Flávio Saretta, por sua vez, disputou os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro e, mesmo com a medalha de ouro, não somou nada e permaneceu na 138ª colocação. Por outro lado, Thiago Alves teve descontados pontos de Indianápolis de 2006 e caiu mais oito, passando agora ao 159º. Ele joga a partir desta segunda em Belo Horizonte, onde defende o título e precisa de bom resultado para não despencar.

A segunda também decretou a saída do gaúcho Marcos Daniel do top 200. Ele perdeu dez posições e foi ao 203º. Ainda na série de quedas, André Ghem caiu 15 (232º), Rogério Silva, quatro (235º), e André Sá perdeu mais 33, parando na 271ª.

Chakvetadze ganha Stanford e sobe para sexto do ranking


A russa Anna Chakvetadze está aproveitando muito bem a brecha deixada pelas líderes do ranking nos torneios de melhor nível. Favorita em Stanford, ela confirmou sua soberania neste domingo, arrasou a indiana Sania Mirza, por 6/3 e 6/2, e aparecerá nesta segunda-feira como a número 6 do mundo.

Para chegar a sua 10ª vitória consecutiva no piso sintético norte-americano, a russa de 20 anos dominou completamente Mirza com jogadas variadas e consistentes. Na semana passada, quando conquistou Cincinnati, Chakvetadze também bateu Mirza, mas nas semifinais.

Este foi o quinto título de sua carreira e o terceiro desta temporada. Ela conquistou ainda Hobart em janeiro e s´Hertongenbosch em junho. A indiana, por sua vez, disputou sua primeira final desde agosto de 2005 e fez grande campanha em Stanford, ao superar três jogadores entre as 22 melhores do ranking, incluindo Patty Schnyder e Tatiana Golovin.

Chuva adia jogos de Mello e Sá em Washington

O mau tempo permitiu que apenas um dos três jogos previstos pela primeira rodada da chave principal do ATP de Washington fosse realizada neste domingo. Com isso, a estréia de Ricardo Mello e o último jogo do qualificatório de André Sá foram adiados para segunda-feira, a partir das 17 horas de Brasília.

Mello vai encarar o russo Evgeny Korolev em seu terceiro torneio consecutivo de nível ATP. Em Los Angeles e em Indianápolis, precisou furar o quali e depois alcançou as oitavas-de-final. Korolev, de apenas 18 anos de idade, é uma das principais revelações do tênis russo nos últimos anos. Na temporada 2007, foi semifinalista em Las Vegas e fez quartas em Amesfoort, Valência e Sidney. O garoto é o número 80 do mundo e nunca jogou contra Mello antes. O jogo está previsto para 20h30.

Sá, por sua vez, disputa a rodada decisiva do quali e tenta jogar seu segundo ATP consecutivo. Na semana passada, perdeu mas entrou na chave principal devido à desistência de Nicolas Kiefer. Seu adversário é o pouco conhecido Somdev Dev Varman, indiano que recebeu convite para jogar o quali e que é o atual campeão universitário norte-americano. Sá está garantido na chave de duplas ao lado de Marcelo Melo.

No único jogo encerrado deste domingo, o tcheco Tomas Zib derrotou o local Kevin Kim, por 7/6 (7/2) e 6/4. O sueco Thomas Johansson tinha vantagem de 6/5 sobre o colombiano Santiago Giraldo no momento da chuva. Nenhum dos favoritos joga nesta segunda-feira.

Saretta salva mais dois match-points e é ouro


Da mesma forma dramática com que se salvou nas semifinais, o paulista Flávio Saretta conseguiu incrível reação e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos do Rio ao bater o chileno Adrian Garcia, por 6/3, 4/6 e 7/6 (7/2). Saretta salvou dois match-points quando o chileno sacava com 5/3 no terceiro set.

Saretta confirmou assim sua condição de favorito ao torneio pan-americano e marcou o título com a raça e a persistência. Ele também salvou dois match-points contra o garoto argentino Eduardo Schwank na sexta-feira.

O ouro demorou dois dias. A final estava prevista para as 11 horas de sábado, mas não conseguiu ser disputada devido à chuva. Os organizadores transferiram então o duelo para domingo, devido aos ingressos previamente vendidos. Mas o mau tempo continuou e obrigou a mudança definitiva para a quadra coberta do Clube do Recreio. Apenas convidados tiveram acesso ao local. O público terá o valor dos ingressos devolvidos.

O jogo
Depois de grande reação no primeiro set, Flávio Saretta vacilou e permitiu a recuperação do chileno Adrian Garcia, que empatou o confronto que define a medalha de ouro dos Jogos Pan-americanos. O paulista fechou o primeiro set por 6/3 e perdeu o segundo por 4/6.

Garcia aproveitou a falta de ritmo de Saretta e começou com uma quebra de saque. Mas aos poucos Saretta impôs seu jogo mais agressivo e regular de fundo de quadra. Recuperou a quebra no quarto game, passou à frente e obteve nova quebra para abrir 4/2. A partir daí, sem sustos, caminhou para fechar a série. Garcia não havia perdido sets no Pan até então.

No segundo set, o chileno voltou a abrir 2/0. Saretta repetiu a situação da parcial anterior e chegou a ter 3/2 e saque. Vacilou, permitiu o empate e acabou entregando a quebra de serviço no décimo game.

Saretta abriu o terceiro set com uma quebra e alegrou a pequena torcida, mas passou a cometer falhas e o chileno virou para 3/1. Com mais paciência, o brasileiro voltou a equilibrar, mas os nervos fugiram no oitavo game e, com jogadas mal escolhidas, permitiu que Garcia fizesse 5/3 com saque a favor. O chileno então abriu 40/15, exatamente como Schwank na semifinal, e novamente Saretta não se entregou. Corajoso, passou a bater na bola. Levou a decisão a um tenso tiebreak, onde aí mostrou muito mais experiência e sangue frio.

Mais tarde, Garcia de voltar à quadra coberta para a final de duplas, ao lado de Jorge Aguilar, para enfrentar os argentinos Horacio Zeballos e Eduardo Schwank. No sábado, pela disputa do bronze, Schwank ganhou do colombiano Michael Quintero, por 6/4 e 6/0, e os mexicanos Santiago Gonzales e Victor Romero ganharam dos dominicanos Victor Estrella e Jhonson Garcia, 7/6 (7/4) e 6/2.

"Superei a pressão e aprendi a lutar até o fim", conta Saretta


Superação, garra, pressão. Flávio Saretta não cansou de contar como foi sofrida a conquista da medalha de ouro pan-americana no Rio de Janeiro. Ele salvou quatro match-points, dois na semi e dois na final, antes de enfim conquistar o título.

"Vi a medalha escapando duas vezes", revela ele. "Virar jogos em semifinal e final dificilmente acontece com um tenista. Acho que superei a pressão de ganhar no Brasil e de ser o favorito do Pan. Só meus treinadores e minha equipe sabem a pressão e cobrança que tinha em mim". Segundo ele, a maior lição que ficou foi a de lutar sempre até o fim: "Levo a lição de que até a bolinha quicar duas vezes ainda está valendo e posso vencer".

Obviamente, Saretta lembrou da importância do amigo e guru Fernando Meligeni, que ganhou o último Pan de forma também dramática em cima do chileno Marcelo Ríos. "Até hoje, quando vejo aquela partida, acho que o Fino vai perder. Foi uma aula de superação, de acreditar até o último momento. Confesso que não esperava a vitória até o final, por isso saio daqui extremamente feliz e satisfeito", conta Saretta, que acredita que a campanha lhe dará uma "cabeça muito forte" daqui para frente.

Ele também não esqueceu de agradecer a torcida, que foi pequena neste domingo devido á mudança de local. "A galera foi incrível. Tinha horas em que eu estava precisando de apoio, olhava para a arquibancada e via aquele pessoal pulando. Não tinha muita gente, mas cada barulho era ampliado pelo eco da quadra. Não vou esquecer esta medalha".

Sobre os match-points que salvou, ele brinca: "Eu penso depois não antes. Dá muito mais gosto vencer assim", completou.