terça-feira, 10 de julho de 2007

US Open marcará a diferença entre Federer e Nadal


"Rafael Nadal está mais perto de Roger Federer na grama do que o suíço no saibro". As palavras do britânico Greg Rusedski resumem bem o sentimento que ficou no mundo do tênis após a final de Wimbledon. Para o ex-jogador, a diferença entre eles será medida no US Open.

"A bola ainda é mais baixa e rápida em Nova York do que em Londres", analisou. "Nadal terá mais problemas para vencer os rivais". Atletas com James Blake e Mikhail Youzhny são alguns que se aproveitam bem do Deco Turf II, superfície utilizada no último Grand Slam da temporada, e conseguem atacar o número 2 com golpes chapados.

O espanhol já soma cinco títulos nas quadras sintéticas da América do Norte, Masters Series de Indian Wells em 2007 e Canadá, há dois anos, mas nunca conseguiu mostrar seu melhor tênis no US Open. Sua melhor campanha foi no ano passado, quando chegou às quartas-de-final. Antes disto, nunca havia passado da terceira rodada.

Apesar das dificuldades, a trajetória de Nadal continua crescendo. Depois do sufoco que deu a Federer na final de Wimbledon, o título em Nova York não seria impossível. Além do mais, ele é um dos grandes beneficiados pela tendência de equilibrar as superfícies.

O saibro ficou mais rápido. Em compensação, novos componentes sintéticos nas bolas deixaram a grama mais lenta e o quique da bola mais alto. Uma das conseqüências disso é o desaparecimento de especialistas em saque e voleio. Alguns ainda tentam, como o britânico Tim Henman, o bielo-russo Max Mirnyi e o tcheco Radek Stepanek, mas eles sofrem para conseguir avançar nas chaves.

Tudo isto acontece para desgosto daquela que talvez seja a melhor tenista de todos os tempos no aspecto ofensivo. A tcheca naturaliza norte-americana Martina Navratilova ainda defende o tradicional estilo que mostrou por várias décadas. "Agora, a bola sempre favorece jogadores de fundo. É uma vergonha", disse.

Os especialistas sumiram, mas os organizadores compensaram isso juntamente com a ATP. Eles precisaram achar uma solução para frear as inovações tecnológicas que permitem saques superiores a 230 km/h. "Com (Andy) Roddick e (Juan Carlos) Ferrero na decisão de 2003, obtivemos o equilíbrio perfeito", disse Chris Widmaier, porta-voz da USTA, referindo-se a final do US Open daquele ano.

"Há alguns anos, existiam torneios nos EUA onde era impossível jogar na linha de fundo", recorda Federer. "Agora é bem mais lento". Mesmo assim, o suíço. Mesmo assim, reina no US Open e é o atual tetracampeão.

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